EUA desistem de acabar com testes em mamíferos até 2035; entenda De acordo com a agência, antes dessa etapa, é preciso avançar mais em métodos alternativos seguros

A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês)descartou seu plano de acabar com o uso de mamíferos para testes de segurançade produtos químicos até 2035. De acordo com Chris Frey, administradorassistente de Pesquisa & Desenvolvimento da EPA, em entrevista à revistaScience, antes de encerrar esse tipo de teste, é preciso avançar em métodosalternativos seguros.

Estes métodos podem envolver modelos informáticos e organoides, quealguns argumentam que ainda não são suficientes para substituir os animais nostestes de segurança.

Se a disponibilidade de alternativas aos testes em animais mudará ounão, será uma questão de tempo e de investigação, mas alguns estãoesperançosos. “A transição dos animais para sistemas de testes in vitroacontecerá na próxima década, haja ou não um prazo”, disse Kim Boekelheide,toxicologista da Universidade Brown.

Em março do ano passado, um grupo de 38 organizações, incluindo gruposambientais e de justiça, enviou uma carta ao administrador da EPA enfatizandoessa questão.

A EPA utiliza milhares de animais por ano para testes químicos. Deacordo com um relatório da agência, testar um único pesticida pode exigir entre100 e 9 mil animais, embora não esteja claro quantos deles são mamíferos.

Em 2016, uma alteração à Lei de Controle de Substâncias Tóxicas criouestipulou a eliminação gradual dos testes em animais. Embora esta alteração nãotenha vindo com um prazo, a EPA estabeleceu para si mesma o prazo de fazer issoaté 2035. A agência também se comprometeu a reduzir os testes em mamíferos em30% até 2025. O plano foi anunciado pela primeira vez em 2019 e foi consideradocontroverso.

Em entrevista ao The New York Times na época do anúncio, TraceyWoodruff, professora da Escola de medicina da Universidade da Califórnia em SãoFrancisco e ex-funcionária da EPA disse que era preciso investir mais emalternativas não animais, mas que o sistema ainda não estava pronto para isso.

Como já era de se esperar, a notícia do abandono do plano também não foirecebida com menos polêmica. Embora alguns grupos estejam satisfeitos, AndrewWheeler, o antigo administrador da EPA que estabeleceu o prazo, questiona se aagência acabará por eliminar de fato os testes em animais.

— Sem um prazo, não vamos progredir — disse à Science.

No entanto, Frey ressalta que o compromisso da EPA continua ser aeliminação total dos testes em animais.

 

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