Agência de saúde norte-americana aprova primeira vacina contra chikungunya

Agência de saúde norte-americana aprova primeira vacina contra chikungunya


Food and Drug Administration (FDA, sigla em inglês), aprovou a primeira vacina contra chikungunyainformou a instituição na última quinta-feira (9). O imunizante Ixchiq foi autorizado para indivíduos com 18 anos de idade ou mais que apresentam risco aumentado de exposição ao vírus. No entanto, no caso das gestantes, além da exposição, devem ser considerados fatores como idade gestacional e os riscos para o feto ou recém-nascido. A vacina é produzida pela fabricante Valneva Austria GmbH, da Áustria, com a parceria do Instituto Butantan no Brasil. A avaliação levou em conta os dados de um ensaio clínico de fase 3 publicados em junho na revista The Lancet, que apontaram que o imunizante é seguro e induziu anticorpos em 98,9% dos participantes da pesquisa.

A previsão é que o Butantan submeta o pedido de aprovação para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no primeiro semestre de 2024. O instituto também está conduzindo estudo de fase 3 no Brasil, que é considerada uma região onde tem transmissão do vírus, desta vez em adolescentes. Os resultados podem contribuir para a ampliação da indicação da vacina para este grupo etário. “É uma ótima notícia para todos. Estamos cada vez mais próximos de oferecer uma vacina contra chikungunya para a população. O Butantan tem muito orgulho de estar participando ativamente no processo de desenvolvimento”, destacou o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás.

A vacina

A Ixchiq é administrada em dose única por injeção intramuscular. O imunizante possui uma versão viva e enfraquecida do vírus chikungunya e pode causar sintomas no receptor da vacina semelhantes aos sentidos por pessoas com a doença. Para avaliar a segurança do imunizante, os pesquisadores realizaram dois estudos clínicos na América do Norte. Nele, cerca de 3.500 participantes com 18 anos de idade ou mais receberam uma dose da vacina, sendo que um outro estudo incluiu cerca de mil participantes que receberam um placebo. Os efeitos colaterais mais comumente relatados pelos vacinados foram dor de cabeça, fadiga, dores musculares, dores nas articulações, febre, náusea e sensibilidade no local da injeção.

As reações adversas graves não foram comuns e ocorreram em 1,6% das pessoas que receberam a vacina e em nenhum indivíduo que recebeu o placebo. Em certos casos, os imunizados tiveram reações adversas que se prolongaram por pelo menos 30 dias. Diante disso, a FDA exigiu que a fabricante do imunizante conduza um estudo pós-comercialização para avaliar o sério risco de reações adversas graves semelhantes à infecção chikungunya após a administração da Ixchiq.

Chikungunya na gravidez

A infecção pelo vírus chikungunya durante a gestação representa uma ameaça para os recém-nascidos, uma vez que já há relatos de que o vírus pode passar para os bebês durante o parto, podendo causar quadros graves e potencialmente fatais. No caso do imunizante, os pesquisadores ainda não sabem se o vírus da vacina pode ser transmitido das mães para recém-nascidos, nem se ele pode causar algum efeito adverso nos bebês. Por isso, é necessário que os profissionais de saúde avaliem os riscos e benefícios antes de aplicar a vacina em gestantes.

Transmissão

O vírus chikungunya é transmitido principalmente através da picada de um mosquito infectado. Há pelo menos 5 milhões de casos da infecção pelo vírus relatados durante os últimos 15 anos. Vale lembrar que os mosquitos portadores do vírus são endêmicos nas regiões tropicais e subtropicais da África, Sudeste Asiático e partes das Américas, no entanto, o vírus vem se espalhando por novas áreas geográficas.

Entre os sintomas mais comuns da infecção estão febre e dores nas articulações. Outros sinais podem incluir erupção na pele, dor de cabeça e dores musculares. Alguns indivíduos podem sentir dores nas articulações que persistem por meses ou até anos. O tratamento inclui repouso, líquidos e medicamentos para dor e febre. “A infecção pelo vírus chikungunya pode levar a doenças graves e problemas de saúde prolongados, especialmente para adultos mais velhos e indivíduos com comorbidades”, disse Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA. “A aprovação atende a uma necessidade médica não atendida e é um avanço importante na prevenção de uma doença potencialmente debilitante com opções de tratamento limitadas”.

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