Pretos e pardos são 55% da população, mas 69% dos que vivem sem esgoto adequado, segundo Censo 2022

Em relação à água,72% dos não têm acesso considerado adequado se declaram desses grupos raciais ,segundo dados divulgados nesta sexta (23) pelo IBGE.

Por Marina PinhoniGabriel Croquer, g1

23/02/2024 10h00  Atualizado há um minuto

O Brasiltinha, em 2022, 49 milhões de pessoas vivendo em lares sem descarte adequado deesgoto, apontam dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (23).

Esse número equivale a 24% dapopulação brasileira. Entre os pretos e pardos – grupos que compõem pouco maisda metade da população brasileira – o percentual sobe para 68,6%. Veja:

·        ·        ·        ·        ·        São considerados descarte adequado oesgoto que via para as redes públicas de coleta (geral ou pluvial) ou parafossas sépticas ou com filtro, ainda que depois de passar por essesequipamentos não sejam destinados para essas redes.

As outras formas – uso de fossarudimentar ou buraco, descarte direto em rios ou no mar, por exemplo, sãoconsideradas inadequadas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico.

Veja dados sobre:

·        Acesso à água

·        Banheiros

·        Coleta de lixo

E entenda como é a distribuição pelosdados abaixo:

Tipos de esgoto nosdomicílios em 2022. — Foto: Luisa Rivas/g1

Nas últimas duas décadas, a fatia da população sem coleta deesgoto adequado caiu. Em 2010, eram 36% e em 2000, 41%.

🚿Acesso à água

A falta de um abastecimento adequado de água atingia 6,2 milhõesde brasileiros em 2022.

Assimcomo acontece com o descarte de esgoto, há diferença entre os diferentes gruposraciais. Pretos e pardos representam 72% da população sem acesso adequado aágua. Brancos, 24%.

Em 2022,eram considerados abastecimento adequado o acesso por rede de distribuição(82,9%), poço poço profundo ou artesiano (9%), poço raso, freático ou cacimba(3,2%) e fonte, nascente ou mina: (1,9%).

Os inadequados são carro-pipa (1%),rios, açudes, córregos e igarapés (0,9%), água de chuva armazenada (0,5%) ououtras formas de abastecimento (0,6%).

A dependência de carro-pipa ou águada chuva está concentrada no Nordeste, enquanto a de rios, açudes, córregos eigarapés, na Norte.

Como os critérios mudaram, não épossível comparar exatamente como evoluiu o acesso adequado a água entre 2010 e2022. Mas, a proporção de moradores com água encanada em casa –independentemente se vem da rede ou de um poço artesiano, por exemplo – subiude 89,3% para 95,1%.

Outra informação relativa aoabastecimento de água foi a forma como a água chega até o domicílio. Paradomicílios onde vivem 192,3 milhões de pessoas, representando 95,1% dapopulação, a água chegava encanada até dentro da residência – ou seja,diretamente em torneiras, chuveiros e vasos sanitários.

Já para 2,5% da população, a águachegava encanada, mas apenas até o terreno. Para outros 2,4%, a água nãochegava encanada – ou seja, precisava ser transportada em baldes, galões,veículos ou outros recipientes.

Segundo o IBGE1,2milhão de pessoas (0,6% da população) moram em residências sem nenhumbanheiro (cômodo com vaso sanitário e lugar para tomar banho).

Em 2022, em 71,1 milhões dedomicílios, onde residiam 197,5 milhões de pessoas (97,8% da populaçãobrasileira), existiam ao menos um banheiro de uso exclusivo.

A segunda situação é a utilização debanheiros compartilhados entre mais de um domicílio. Essa situação ocorre, porexemplo, quando um terreno tem dois ou mais domicílios que compartilham o mesmobanheiro. Em 2022, 0,5% da população residia em domicílios nessa situação.

A terceira situação é a utilização desanitários ou buracos para dejeções, compartilhados ou não. Enquadram-se nessasituação os domicílios que não possuem banheiros, mas fazem uso de algumainstalação sanitária mais simples. Em 2022, a proporção da população nessasituação foi de 1,2%.

A desigualdade de renda existente noBrasil também pode ser sentida na diferença entre o número de banheiros em cadadomicílio. Enquanto 5,4 milhões de brasileiros moram em lares com mais dequatro banheiros, 3,5 milhões não têm banheiro nem sanitário ou possuem apenasum buraco para dejeções.

Coleta de lixo

No total, o percentual geral de pessoas morando em residênciascom coleta de lixo subiu de 85,8% para 90,9% entre 2010 e 2022, no país. Mastambém persistem desigualdades regionais.

Na RegiãoNorte78,5%.Região Sudeste96,9%Maranhão69,8%Os dadosde 2022 dos três estados mencionados acima ainda são inferiores ao que os trêsestados com melhor colocação no ranking (São Paulo, Distrito Federal e Rio deJaneiro) haviam apresentado em 2010.

A proporção de pessoas que moramem apartamentos vem crescendonas últimas décadas. Em 2000, o índice estava em 7,6%, passando para 8,5% em2010, até chegar a 12,5% em 2022.

A grande maioria da população, noentanto, ainda vive em casas84,8%. Enquanto o Piauítem a maior proporção de pessoas em casas (95,6%), o Distrito Federal lidera emapartamentos (28,7%).

Dos mais de 5 mil municípios do país,só três fogem à regra nacional e têm apartamentos como forma predominante dehabitação da população:

·        ·        ·        A maior proporção de ocorrência dos domicílios do tipo "casa devila ou em condomínio" foi registrada no Rio de Janeiro (5,9%).

As informações do Censo 2022começaram a ser divulgadas em junho de 2023. Desde então, foi possível saberque:

·        O Brasil tem 203 milhões dehabitantes, número menor do que era estimado pelas projeçõesiniciais;

·        cada vez mais feminino e maisvelho. A idade mediana do brasileiro passou de 29 anos (em 2010)para 35 anos (em 2022). Isso significa que metade da população tem até 35 anos,e a outra metade é mais velha que isso. Há cerca de 104,5 milhões de mulheres,51,5% do total de brasileiros;

·        1,3 milhão de pessoas seidentificam como quilombolas (0,65% do total) – foi a primeiravez na História em que o Censo incluiu em seus questionários perguntas paraidentificar esse grupo;

·         número de indígenascresceu 89%, para 1,7 milhão, em relação ao Censo de 2010. Isso podeser explicado pela mudança no mapeamento e na metodologia da pesquisa para ospovos indígenas, que permitiu identificar mais pessoas;

·        e a população preta cresceu.

·        todas as coordenadasgeográficas e os tipos de edificações que compõem os 111 milhões de endereços dopaís, e constatou que o Brasil tem mais templos religiosos doque hospitais e escolas juntos.

·        Após 50 anos, o termo favela voltou a ser usado no Censo.

 

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