Pense no seu coração, e não com o coração

Pense no seu coração, e não com o coração

Fazer atividade física, evitar o fumo e ter dieta saudável protegem o coração em todas as idades

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As doenças do coração são a principal causa de óbitos no Brasil. No mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são 17 milhões de óbitos por ano por conta de doenças cardiovasculares.

Eu sinto uma enorme tristeza quando acesso essas informações, essas estatísticas, porque sabemos o quanto disso poderia ser evitado: em torno de 80%. E como? Apenas ao fazer melhores escolhas, adotar um estilo de vida mais saudável, evitar o fumo, reduzir o álcool, praticar atividades físicas com regularidade, ter uma alimentação um pouco mais saudável.

Já posso imaginar alguns lendo e pensando: esse cara é louco, existe o fator genético, o histórico familiar. Sim, existe. E por ter um peso grande, é ainda mais importante que se tenha atenção ao estilo de vida. Para aqueles que tem parentes de primeiro grau com histórico de doenças cardíacas, nem se fala. Já que dentre todos os fatores de risco, o genético é o único que não podemos controlar, a atenção deve ser redobrada.

Quando pensamos em pessoas com problemas no coração, certamente nos vem à cabeça a imagem de pessoas idosas, internadas, tomando medicamento, com a saúde comprometida. E sim, nessa idade elas estão mais propensas a desenvolverem uma série de complicações na saúde, inclusive no coração. O sistema cardiovascular passa por várias alterações, como arteriosclerose, diminuição da distensibilidade da aorta e das grandes artérias, comprometendo a condução cardíaca. Até mesmo os barorreceptores, que são os detectores das variações bruscas da pressão arterial e que as transmitem ao sistema nervoso central, a fim de controlar a circulação sanguínea, ficam com sua funcionalidade comprometida.

Se, com todos esses “facilitadores” para tornar a saúde do idoso ainda mais frágil, ainda somarmos anos e anos de negligência com o autocuidado e a adoção de hábitos ruins, o estilo de vida que foi sendo construindo só agrava ainda mais a situação.

Mas a verdade é que hoje as doenças cardiovasculares atingem outras faixas etárias também. Nem é preciso chegar até as idades mais avançadas para se conhecer alguns estragos: 11% das mortes ligadas a doenças do coração ocorrem em pessoas dos 30 aos 46 anos. Além de cigarro e álcool, costumam ser fatores agravantes o estresse elevado, excesso de peso, sedentarismo e colesterol alterado.

Em episódios não fatais, já há um aumento de 13% no número de infartos entre adultos de até 30 anos. E, nessa idade, os sintomas são ainda mais violentos, ocorrem com maior velocidade e podem ser fatais. Quando não o são, podem deixar sequelas para a vida toda.

O tempo entre o início dos sintomas e a desobstrução das artérias é o que vai determinar a maior ou menor chance de sequelas. A principal delas é a morte das células do miocárdio, o músculo cardíaco, algo que pode acarretar insuficiência cardíaca, arritmias e anginas.

Estresse, obesidade, diabetes, tabagismo, hipertensão e colesterol fora de controle são, novamente, apontados como os grandes responsáveis pelo aumento dessas estatísticas entre os mais jovens.

O jovem que sofre infarto volta pra casa em cinco dias, após os procedimentos de angioplastia ou colocação de stent, e retoma sua rotina habitual cerca de um mês depois. Mas, não se engane que estará livre e definitivamente curado. Ele terá que ser monitorado pelo resto da vida.

O fato é que muitas pessoas conseguem mudar de vida e, na verdade, só procuram por isso após passarem por situações delicadas como essas. Um susto assim leva a pessoa que não tinha tempo a achar tempo. Que tinha preguiça, vencer a vontade de ficar no sofá. Que não gostava, passar a adorar uma atividade física ou um esporte.

No mundo ideal, é melhor não jogar com a sorte. Prevenir é sempre mais barato, mais seguro e mais eficiente que remediar.

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